CORDEIRO de ITIÚBA

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AS MÃOS DA MAMÃE
 
A mão da mamãe
Que de quando, em quando
Quando eu errava
Mandava umas palmadas
No meu lombo
Também pairava
Sobre a minha cabeça, e em
Nome de DEUS, me abençoava
E me benzia. Benzia às vezes
Com uma garrafa d'água
Com um galho de arruda...
Contra mau olhado
Ziquiziras, e outras mazelas
Que acometem ou acometiam
As crianças do meu nordeste

Mãe que me deste a mão
Quando a meus pés, o chão
Ameaçava ruir
Mãe que me fazia rir
Me fazendo cócegas nos pés
Com as mesmas mãos que
Depois de beijar e acariciar
As mãos incansáveis
(Magras e belas), do meu pai
Lhe preparava um escalda pés

Ah, as mãos do meu pai
Magras, belas e incansáveis
E viviam, quase sempre
Sujas de terra. Pela labuta
Pela luta na terra, para que
O filho, não precisasse, nunca!
"Sujar as mãos de terra"

Minha mãe, meu pai
Agora que estou crescido
Dia, após dia, fico é
Convencido, que as mãos
Que viviam incansavelmente
Quase sempre, "sujas de terra"
Que me davam palmadas
Merecem é palmas
Palmas e mais palmas. E paz!
Até o dia que, cansadas, forem
Pra debaixo da terra. E...
A partir daí o merecido repouso

Nos braços, nas mãos de DEUS

S. Paulo, 24/03/2019

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Enviado por CORDEIRO de ITIÚBA em 20/10/2020
Alterado em 10/02/2022


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