TIROTEIO EM ITIÚBA
Quem quiser descer, que desça
Quem quiser subir que suba
O mais fraco é quem cai
Mais forte é quem derruba
Por isso vou contar o assalto
Que aconteceu na cidade de ITIÚBA
Amigo, não sou poeta
Porque não tive estudo
Falo que nem papagaio
Tem hora que fico mudo
Mas quero falar é do tiroteio
Que aconteceu na cidade de ITIÚBA
No dia 11 de junho
Às onze horas do dia
A cidade em movimento
Um comprava outro vendia
E os bandidos na estrada
Ninguém de nada sabia
Vinha tudo bem armado
Pois é este o seu costume
No volante vinha um negro
Mais preto do que betume
Com os olhos faiscando
Parecendo vaga-lume
Na estrada de Andorinha
Vinham puxando mais de 100
Num carro preto roubado
Não respeitavam ninguém
Pegaram logo um tenente
Levaram como refém
Chegando em ITIÚBA
Eles disseram arrocha o nó
Começou o tiroteio
Pra eles era melhor
Porém o cabo Carvalho
Foi quem levou a pior
O Cabo vendo os bandidos
Ficou quase sem ação
Mas puxou seu 38
E botou na direção
Pegou em cima do braço
Que quase rompeu o pulmão
Os bandidos foram dizendo
Bota fogo na fornalha
Quem for rico fica pobre
Nós nunca perdemos batalha
Quem tiver medo de fogo
Não more em casa de palha
Deram dois tiros certeiros
Na perna do policial
Que caiu numa calçada
Saindo sangue demais
Pegaram logo urgente
Levaram pro hospital
Vou deixar o cabo Carvalho
No leito do hospital
Vou voltar pra Itiúba
Ver se lá tá tudo normal
E ver se me dão notícias
De algum policial
Os bandidos entraram no banco
Foi a maior confusão
Velho pulava pra cima
Outros deitavam no chão
O tiroteio parecia com a noite de São João
Os bandidos disseram ao gerente
Abra este cofre agora
E me dê todo dinheiro
Se não a coisa piora
Eu viro o banco do avesso
Toco fogo e vou embora
Pegaram todo dinheiro
Muito ligeiro e sutil
Saíram fora atirando
Com pistola e com fuzil
Quebraram toda vidraça
Lá do Banco do Brasil
Entraram numa farmácia
Ligeiro como o capeta
Quando o farmacêutico viu
Foi fazendo tuna careta
Bota o dinheiro pra fora
Se não cai na escopeta
Ali sem perda de tempo
A conversa foi ligeira
Foi buscando a gaveta
E levou todo dinheiro
De Real levou 500
De nica só deu o cheiro
No Mercadinho São Lourenço
Foi momento de terror
Uma bala na parede
Só o buraco ficou
Acharam um velho sentado
Dentro do congelador
Quininho do Carrancudo
Homem que tem muita fé
Saiu andando apressado
Mas depois ficou em pé
Acharam ele escondido
Num banheiro de mulher
O tiroteio durou
Mais ou menos meia hora
Uma bala variada
Derrubou um oratório
São Cosme pulou de dentro
Chamando por São Ozório
São Jorge naquela hora
Para a lua foi subindo
São João, acordou São Pedro
Por que estava dormindo
Quando São José olhou
Só via bala tinindo
Chiquinha da Pedra solta
Bisneta do Mané Gato
Deu três pulos para cima
Neste grande espalhafato
Com IO minutos ela estava
No Caldeirão do Mulato
Os bandidos na cidade
Mostravam sua bravura
A bala da escopeta
Destruiu a viatura
Depois saíram correndo
Pro lado da Prefeitura
Pegaram logo o gerente
Dizendo não faz lambança
O homem que serve a Deus
Sempre tem uma esperança
Pois foi logo liberando
No Contorno da Balança
Acharam o dinheiro pouco
Criou-se ódio e raiva
Ao sair de Itiúba
Eles disseram uma palavra
E falaram para o gerente
Que iam mas depois voltavam
Saíram em disparada
Pro lado de Cansanção
A polícia no encalço
Pra pegar qualquer ladrão
Parece que os bandidos
Entraram no fundo do chão
Eles deixaram o asfalto
O bando de marginal
Entraram em outra estrada
Para o lado de Piaus
Chegando no Carrancudo
Entraram no matagal
Um helicóptero por cima
Percorria a região
Da serra do Carrancudo
À serra do Boqueirão
A policia em diligência
Todos de armas na mão
Até esta data não se sabe
Dos bandidos o paradeiro
Nenhum deles até hoje foi preso
E ninguém sabe do dinheiro
Se alguém souber que denuncie
Esse grupo de bandoleiros
José de Souza irmão