CORDEIRO de ITIÚBA

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AS MÃOS DO VOVÔ

As MÃOS do vovô RAIMUNDO SOUZA
(Brancas e lisinhas), quando eu
Ainda nem sabia andar, era
A minha maior segurança
Melhor, minha âncora, o meu suporte!

E não sei se por isso, passei a
Admirar MÃOS. Tanto que
Muitos anos mais tarde, escrevi
Um poema chamado SIMBIOSE
Que fala justamente, de MÃOS

E depois outro, outro... e mais outros!

Olhava as MÃOS da vovó
Benzendo de "mau olhado" e achava
As suas MÃOS lindas, naquele gesto
Já crescido, olhava era pras MÃOS das moças
Com unhas compridas e vermelhas
De modo que nem
Via pensamentos mundanos
Inundando minha cabeça
Peça chave, pra não reparar nas
MÃOS MAGRAS E BELAS do meu pai
Na cabeceira do roçado
Com o rosto bem, bem cansado
Para o bem dos filhos e da família

Só reparei isso, bem mais tarde
Em forma de alguns poemas
Só que poemas, não me redimem dessa falta

Hoje, vovô, me sinto inundado
É de vontade que a HELÔ CORDEIRO
Minha neta, segure minha mão

E se minha mão não conseguir ser
Sua âncora, seu suporte, que
Pelo menos, ela suporte segurar
A mão do vovô!

S. Paulo, 28/05/2020



 
CORDEIRO de ITIÚBA
Enviado por CORDEIRO de ITIÚBA em 17/06/2020


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