REPRESA DA TIA CLARICE
Silenciosamente as águas Do riacho CABEÇA DE PORCO Corriam, sem se importar Com a minha ansiedade Na verdade, decepção Ela jurou que estaria alí Antes do dia amanhecer Pra desaparecer comigo Rumo ao sul do estado O sudeste do país, ou pra Onde eu a quisesse levar Contanto que, a partir daquele dia A nossa felicidade, fosse plena Não veio! E porque não veio Até hoje eu não sei Só sei que eu vim Fui obrigado a vir. E vim só! Vim parar aqui. Ainda estou só E vou continuar só! Aqui, ou em outro lugar Mas lá, eu não volto mais Nunca mais! Primeiro, porque não quero vê-la Nunca mais! E depois, porque a laje, às margens Do riacho CABEÇA DE PORCO Que por tantas vezes Foi nossa cama, à luz da lua Está agora coberta pelas águas Da represa da tia Clarice S. Paulo, 07/08/2019 CORDEIRO de ITIÚBA
Enviado por CORDEIRO de ITIÚBA em 06/05/2020
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