MÃOS ATADAS
De mãos dadas com a poesia? Eu? Quem dera! Minhas mãos, é que por instinto Quando grudam num Drummond Acaricia cada página, saboreia cada verso Meu olho brilha a cada palavra Como se visse uma mulher Em pelo. Pelo sonho de também ser poeta E, sem nenhuma intimidade com a poesia Escrevi vários poemas que De tão ruins, envergonhado joguei fora. Todos! Desiludido, desejei a morte Esta, já andou me rondando Já me mandou vários recados Através de uma gastrite De uma queda na escada De um acidente isquêmico transitório... Mas, estou aqui. Não achei a poesia ainda Mas a morte, também não me achou Ainda! S. Paulo, 28/02/2020 CORDEIRO de ITIÚBA
Enviado por CORDEIRO de ITIÚBA em 07/04/2020
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