"Não vai doer", ele disse Pra não me preocupar Que morava na rua de baixo Pagou-me uma pizza, um sorvete... Tão amável, ele "Vou adotar seu filho!" Disse outro "Vais morar na minha casa" Tomamos cerveja, comemos pastéis Me deu cigarros, uma blusa... Tão solidário, ele Meu padrasto, jogou-me na rua Indiferente aos apelos de minha mãe Que clamava pela sorte dos netos "Na minha casa você não fica! Sua..." Tão violento, ele Nunca mais vi minha mãe Dizem, que mudou-se da rua Os filhos (todos), como eu, pela rua Carecemos de amor, solidariedade... Peço, não pra mim Peço pros filhos, pelos filhos Os meus, os seus. S. Paulo, 30/05/1996 www.cordeiropoeta.net CORDEIRO de ITIÚBA
Enviado por CORDEIRO de ITIÚBA em 26/08/2018
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