LUAR DO SER TÃO INJURIADO
A lua desponta Por trás da serra bonita E me deixa triste Triste, por não saber Se seu marido vai viajar Se hoje você poderá vir Se encontrar comigo O seu verdadeiro amor A laje Do caldeirão das cabras Não é o lugar Mais confortável Pra se fazer amor Mas é o lugar onde ninguém Nos acha Onde ninguém acha Que adultério é pecado A lua sabe Que estamos aqui Que nos amamos Que nós amamos aqui Mas não julga isso Adultério Eu te amo, você me ama Cuido de você Te dou carinho Muito carinho Mais do que o teu marido Te dá Então por que a sociedade Insiste em rotular De adultério Relações tão sólidas Tão bonitas, tão sublimes? Eu não deveria estar Escrevendo isto Mas este vento morno Mais o canto triste Da jurití Nesta laje enluarada Junta-se à vontade de te ver E me deixa injuriado E ao mesmo tempo Filósofo, poeta... Ou seja lá o que for Menos, ADÚLTERO! S. Paulo, 22/10/2012 www.cordeiropoeta.net CORDEIRO de ITIÚBA
Enviado por CORDEIRO de ITIÚBA em 30/08/2014
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