STATUS DO IDOSO
STATUS DO IDOSO
Chega o tempo Que não se tem mais força Pra dizer, eu te amo Que não se tem ânimo Nem para Lustrar os defeitos alheios Esse tempo Pra mim, é hoje Hoje só vejo meus defeitos Sem lustro Nem tão ilustres Pois se já não escuto mais Como antes Minhas mãos, antes fortes Cheias de calos Agora batucam à mesa (Ou o que tiver ao alcance) Nervosamente Incessantemente Sem controle Sem força Minhas pernas cansadas Já não alcança Os lugares onde passeava Na minha infância Meus olhos Não enxergam tão bem Mas ainda não sou um lixo Meu olfato está afiado A língua também E com óculos Também enxergo Sinto cheiro de ofensa À distância Pra me vingar Posso xingar Qualquer um Qualquer hora Sem temer represália O estatuto do idoso Me dá esse status S. Paulo, 22/11/2012 www.cordeiropoeta.net
CORDEIRO de ITIÚBA
Enviado por CORDEIRO de ITIÚBA em 22/11/2012
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |